Comecei a sentir pena do mundo, e eu estava dentro. A gente ficava cada vez mais triste, cada vez mais querendo e faltando, empurrando e não indo; as coisas aumentando a nossa volta e a gente encolhendo. Lembro-me que abracei uma criança, agachada atrás de um balcão, e fiquei do seu tamanho para lhe dizer que não crescesse, senão não passaria mais naquela porta para o mundo das maravilhas, que é como aquelas portinhas do desenho do Tom&Jerry - que eu nem sei se ainda é transmitido na TV, porque eu encolhi com o mundo mas sou dessas coisas grandes e destrambelhadas como, como um elefante, é, um elefante animado e rosa, que faz dom-dom dom-dom quando caminha, mas a gente caminha feito formiga intoxicada, cada um com seu nada, e todo mundo querendo, puxando; ok, baby, generalizei - sou do tempo que se falava "baby" com um cigarrinho pendurado nos lábios - nem todo mundo é assim puxando, querendo, apertando; não é. Mas ainda é de dar pena. Tanta pena tanta, que eu fico com vontade de abraçar as pessoas - até aquelas que escorrem por boeiros nas cidades - e fazer silêncio, que vai melhorar, que tamo junto, que vou ficar aqui no mundo com elas, até passar.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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4 comentários:
"só me deixe aqui quieto, isso passa"...
eu gosto é por demais da narrativa tua!
beijos.
Gostaria que alguém chegasse e simplesmente me abraçasse
Moça, passadinha mega rápida só para avisar que você está participando de um sorteio lá no textura.
Beijo,
v
Eita, Priscila, fazia tempo que não lida nada teu... Gosto desse, viu? Bonito sem frescura.
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